O que leva uma pessoa a beber exageradamente?

Os dados sobre o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil são alarmantes: segundo o Governo Federal, a população começa ingeri-las por volta dos 11 anos, idade em que elas ainda estão proibidas por lei. Além disso, cerca de 17,9% dos brasileiros têm consumo abusivo.

Essas pessoas costumam desenvolver problemas de saúde e alguns deles as levam diretamente à morte ou influenciam no desenvolvimento de outras enfermidades, como hipertensão, por exemplo.

Como qualquer doença, o alcoolismo ocorre por determinadas causas, apesar de não serem totalmente conhecidas pelos médicos. Neste artigo, vamos abordar as principais hipóteses da Ciência sobre o assunto.

Quais são as principais causas?

O álcool é considerado em excesso como uma forma de se obter as sensações prazerosas que ele traz.

A questão é que ele traz consigo prejuízos para a saúde, tanto físicos quanto psicológicos. 

Assim sendo, conheça os fatores que levam a uma pessoa beber de forma exagerada.

Fatores genéticos 

Alguns estudos apontam que as pessoas que têm histórico de alcoolismo na família, em especial se forem os pais, possuem no organismo as enzimas que garantem uma resistência maior ao consumo do álcool.

Dessa maneira, o indivíduo precisa beber de forma exagerada para sentir o prazer que o álcool traz.

Fatores socioeconômicos

Além da genética, os fatores socioeconômicos podem contribuir para que a pessoa consuma álcool de forma exagerada.

Afinal, crescer ou conviver com alguém que sofre de alcoolismo também tende a fazer com que o indivíduo busque na bebida o alívio para as dificuldades que sofre no dia a dia.

De modo cultural, esse é um problema que afeta as classes mais baixas, cerca de 71% das pessoas, como foi apontado por um estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Fatores psicológicos

A dependência química pode surgir em razão de fatores psicológicos também.

Ora, uma pessoa que ficou desempregada recentemente ou terminou um relacionamento, por exemplo, pode encontrar no álcool um meio de aliviar os seus sentimentos de preocupação ou tristeza.

Só para se ter uma ideia, mais de 30% dos pacientes bipolares fazem uso ou são dependentes do álcool e aproximadamente 20% dos que sofrem de depressão abusam também da bebida.

Inclusive, outros dados apontam que esquizofrênicos afirmam que o álcool é capaz de acalmar os sintomas da doença, como as vozes que eles escutam, por exemplo.

Por sua vez, pessoas com depressão dizem que o álcool é capaz de melhorar o humor.

Isso tende a acontecer em especial com aquelas pessoas que ainda não tiveram o diagnóstico de suas devidas doenças ou descobriram que o medicamento causa efeitos colaterais difíceis.

Fatores de personalidade

É isso mesmo que você leu, algumas personalidades são bem mais propensas ao desenvolvimento do alcoolismo do que outras pessoas.

Por exemplo, pessoas que tem maiores chances de perseguir ou desconsiderar os riscos possuem probabilidade grande de consumir álcool exageradamente, assim como aquelas pessoas menos inibidas também.

Portanto, quem vive sempre aquela “vida de festa” pode se tornar mais facilmente um alcoólatra.

Fatores de consumo

O histórico de consumo de bebida alcoólica também é um fator que leva a pessoa beber exageradamente.

Afinal, quem tem um longo histórico de ingestão e causas de alcoolismo, por exemplo, naturalmente tem uma probabilidade maior de se tornar alcoólatra do que aqueles que bebem há pouco tempo.

Do mesmo modo, pessoas que consumiram mais álcool é claro que possuem mais probabilidade de se tornar um alcoólatra em comparação a quem consome menos.

O motivo para isso é muito simples: a utilização do álcool é capaz de reconectar o cérebro a desejar, bem como depender do álcool e, o pior, esses efeitos são cumulativos.

Logo, é muito importante ter atenção ao consumo, prezando sempre pela ingestão consciente e sem exageros.

Isso porque, como visto, o tempo, bem como a quantidade de álcool são fatores que levam ao alcoolismo.

Como o álcool atua no organismo?

Depois do primeiro gole, parte do álcool entra quase que automaticamente no sangue através da mucosa da boca, sensível ao etanol. Em uma hora, ele já passou por outras partes do corpo como estômago, intestinos e se concentra na corrente sanguínea.

Essa facilidade também é encontrada ao chegar ao cérebro, onde a barreira que separa o tecido cerebral do sangue não tem resistência ao álcool. Isso faz com que ele esteja presente na mesma concentração tanto na cabeça quanto em todo o sangue.

O fígado é o responsável por metabolizar a substância e eliminá-la do corpo. Como a sua capacidade é de quebrar as moléculas do equivalente a 350 ml por hora, se a pessoa beber mais que isso, corre o risco de sofrer intoxicação.

Como você pode perceber, desde o primeiro gole, a pessoa começa a correr diferentes riscos, o que pode afetar a sua saúde física e mental.

Por isso, nem sempre a boa vontade é o que basta para pôr fim a esta situação. É preciso receber ajuda de quem entende do assunto para uma compreensão de como e por que alguém começou a beber exageradamente.

Quando é considerado alcoolismo?

Nem todo mundo que consome álcool é considerado um alcoólatra. A pessoa com dependência apresenta um padrão de consumo bastante destrutivo, que pode estar relacionado aos fatores mencionados acima.

Assim, pode-se ter uma relação com a tolerância, onde a pessoa precisa beber cada vez mais para atingir o estado de embriaguez.

Além disso, os sintomas da abstinência também podem trazer momentos ruins ao tentar parar de beber, onde a pessoa simplesmente não é capaz de controlar-se.

Inclusive, o indivíduo que sofre de alcoolismo tende a passar boa parte do seu dia pensando, comprando ou consumindo álcool, passando assim a não se importar com as suas atividades profissionais e pessoais.

Conclusão

Diversas são as razões que leva a uma pessoa a beber exageradamente e é preciso se atentar a todas elas para identificar a causa desse descontrole.

Afinal de contas, ao se desconfiar de um possível quadro de alcoolismo, é muito importante ir em busca do tratamento adequado para retomar a qualidade de vida.